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6ª Edição - 26 de Fevereiro de 2010, pelas 18h00m

- Título: "Gestão e Exploração Sustentada dos Recursos Geológicos: Passado, Presente e Futuro das Minas de Aljustrel"
Tendo em conta que o potencial geológico-mineiro existente em Portugal é ainda relevante em termos europeus, importa que numa perspectiva de concertação dos diferentes interesses envolvidos – ambientais, de ordenamento do território, económicos e sociais – ou seja, numa perspectiva estratégica de desenvolvimento do sector, haja uma promoção equilibrada, racional e sustentável, em torno do aproveitamento dos recursos geológicos existentes. Esta tomada de posição passa, por uma lado, pela necessidade de incentivar a investigação de toda a infra-estrutura assim como da base de recursos geológicos, na busca de conhecer mais e melhor o que existe e as suas potenciais formas de utilização; por outro lado, envolve cuidado e atenção no tratamento de um conjunto de aspectos que se relacionam com a recuperação, segurança e controlo de áreas que antes albergaram explorações mineiras, por forma a invalidar ou minimizar riscos que daí possam advir.
Segundo Araújo (2009), “a actividade mineira da região Alentejo remonta ao tempo dos Fenícios mas terá sido a partir da ocupação romana que se tornou mais intensa. Essa actividade mineira concentrou-se nos locais onde ocorria à superfície aquilo que se designa por <<chapéu de ferro>>, ou seja, uma concentração de produtos resultantes da oxidação de jazigos minerais metálicos. Essas ocorrências, fáceis de reconhecer pelo tom avermelhado do terreno, eram normalmente ricas em metais como cobre, zinco, chumbo, prata e ouro. Com a Revolução Industrial, no século XIX, a actividade mineira adquire maior importância, a exploração passa a ser regulamentada, sendo atribuídas várias centenas de concessões mineiras por todo o país até final desse século. Nesta altura no Alentejo tornam-se particularmente importantes, do ponto de vista económico e social, as zonas de Aljustrel e de São Domingos com as suas minas que se dedicavam à exploração de concentrações maciças de sulfuretos. (...) Na segunda metade do século XX o preço dos metais básicos entrou em declínio com o aparecimento de importantes jazigos na Ásia, América do Sul e África, onde a pressão social é menor quer a nível das condições de trabalho ( o que faz com que os salários sejam muito menores) quer a nível das exigências de protecção ambiental. Este factor associado ao esgotamento das reservas em muitos dos jazigos nacionais, levou a uma intensa recessão da indústria mineira, com o encerramento sucessivo da quase totalidade das minas até ao presente. A única excepção a esta tendência foi a registada na Mina de Neves Corvo, que devido à sua excepcional riqueza, desde que entrou em laboração (final da década de oitenta) projectou Portugal para um lugar cimeiro a nível mundial na produção de cobre e estanho. Presentemente os mercados internacionais estão a evoluir no sentido do aumento de muitos tipos de matérias primas, fruto do acelerado desenvolvimento das economias asiáticas (principalmente da China e da Índia). A manter-se esta tendência abrem-se fortes perspectivas para a reabertura de algumas unidades mineiras que fecharam nas últimas décadas.”
No caso das Minas de Aljustrel, os trabalhos de desenvolvimento mineiro da Mina de Feitais foram retomados em Junho deste ano, tendo por objectivo a preparação da mesma para lhe ser extraído cobre, e não zinco. O seu rearranque está previsto já para Agosto. |
- Local: "Central de Compressores de Algares"



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Desde a década de 20 do século passado que se conhece a existência de ferramentas de ar comprimido na mina de Aljustrel, havendo para isso duas centrais fornecedoras, uma para a mina de S. João e outra para a mina de Algares.
Esta Central de Compressores de Algares, herdeira de uma anterior datada de 1924, foi construída em 1952, tendo sido equipada com um compressor proveniente da antiga central e com dois compressores mais recentes. Na década de 60 do século passado, com a entrada em funcionamento das instalações da mina do Moinho, equipada com um conjunto de máquinas mais moderno, a Central de Algares passou a funcionar apenas como apoio e reserva, até à sua desactivação completa em 1992.
O compressor mais antigo aqui existente, construído no Luxemburgo em 1928, funcionava ligado a um potente motor eléctrico, podendo ainda, em caso de falha de energia, funcionar ligado a um motor diesel. Os dois compressores mais modernos instalados nesta central eram accionados por motor eléctrico, contudo, o mais potente estava também ligado a um motor diesel, que entrava em funcionamento em caso de falha de energia eléctrica. Este compressor mais potente foi deslocado para a Mina do Moinho, após a abertura desta, no entanto, o motor diesel manteve-se nesta central.
Entretanto, o transporte de ar comprimido para o fundo da mina tornava-se cada vez mais oneroso, com inúmeras perdas de ar no seu trajecto, o que obrigava a um grande consumo de energia na sua alimentação. Este facto levou a que as ferramentas de ar comprimido tenham sido gradualmente substituídas por ferramentas hidráulicas.
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