Partindo de um critério estatístico, uma cidade deverá ser entendida como “um agrupamento mínimo de Homens numa superfície restrita, ou dito de outra maneira, de Homens agrupados num total suficiente combinando os números absolutos e a densidade espacial. Contudo, se o princípio é claro, na realidade tem aplicações diferentes segundo as nações.” No caso de Portugal, o sistema urbano é constituído, maioritariamente, por cidades de pequena e média dimensão. No que respeita à concepção urbanística da cidade, podem-se considerar duas perspectivas: a concepção urbanística tradicional e a concepção moderna. A primeira define uma cidade em função do número de habitantes existentes numa determinada área (densidade populacional), as diferentes conexões urbanas existentes e o seu estilo particular de vida. Esta perspectiva privilegia a cidade como uma entidade isolada e estática, negligenciando o facto de que ela sofre e gera influências no espaço e no tempo; a segunda surge como tentativa de ultrapassar o problema antes mencionado, e tem como objectivo, nomeadamente, estudar as conexões urbanas e as divisões internas por forma a perceber, com exactidão, as dinâmicas da cidade.
O facto das cidades possuírem conexões e redes constitui uma mais valia no sentido da atracção de pessoas e, por consequência, um estímulo no processo de aumento dos fluxos migratórios; por outro lado, uma maior concentração de pessoas aumenta e diversifica a base das relações sociais desenvolvidas, o que contribui para o aumento das possíveis oportunidades, aos mais diversos níveis, que se colocam aos indivíduos nas cidades.
A União Europeia defende a criação de uma estratégia de desenvolvimento, a longo prazo, do território do espaço europeu, que deverá promover a sua competitividade. Para isso, importa que as localidades se definam como lugares especiais que apresentem vantagens únicas e distintivas para os seus mercados alvo principais – visitantes, moradores e trabalhadores, negócios e indústrias, mercados de exportação.
O marketing territorial implica que o território defina as suas vantagens competitivas, de acordo com as especificidades territoriais, fazendo uso do planeamento estratégico e tendo em consideração a especificidade do local, a projecção e a integração em espaços globais e a promoção da sua identidade, da sua afirmação e do seu desenvolvimento. Neste contexto, o objectivo final deverá ser a valorização da área através da preservação da identidade e das especificidades do território e não a sua descaracterização resultado da uniformização em espaços globais. Neste sentido, o marketing territorial pode ser definido enquanto um processo que pretende, de forma planeada e através das actividades locais que caracterizam e se desenvolvem num território, responder de forma precisa às características dos seus segmentos de procura, por forma a maximizar os benefícios económicos e sociais resultantes dessa troca, de acordo com os objectivos previamente definidos. |